quinta-feira, 29 de setembro de 2011

deserto de santos dias


e novamente aquele sonho. de repente, pode-se sentir os olhos ardendo enquanto a luz violentamente penetra a retina pelo exato espaço cedido pelas pálpebras e que vai aumentando lentamente. a boca está seca. não é algo exatamente surpreendente. é do clima seco. a culpa, no caso. tão seco que dá para quase enxergar uma árvore branca com seus galhos sem folhas em um deserto inóspito, mas no entanto, inócuo.  há alguém sentado lá. entre o borrão que forma o rosto imerso ao mar de cabelos dourados, um sorriso eventualmente espelha a luz que vem da minha janela. a minha janela. o sol nos invade. os olhos ardem novamente. quase sem querer, sem perceber, o sono havia dominado novamente e a fantasia misturou-se à realidade em uma fração irreconhecível e imensurável de tempo. com a língua, a umidade retorna aos lábios cansados de tanta secura. ah, foi aquele sonho de novo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

aquela que vem do mar

são os traços, esboços ou mesmo os detalhes, que ampliam aquelas velhas impressões efêmeras que já não habitam mais em mim. se, no entanto, as variações emocionais corriqueiras do domingo te perturbam, eu, num instante, me fascino e fico assim, estático com o sorriso a enuviar o rosto. ou o resto. como sereia, vens do mar para trazer como a um viajante, a doçura da instabilidade dos fatos. "tão mais forte que o canto, é o silêncio das sereias". e eu sei, que aí dentro existe a fragilidade da extrema segurança. em algum lugar. deixa onde está. por hora. até porque agora, só te desejo força, mesmo que não saiba dizer para quê. talvez para satisfazer todos teus anseios, enumerados ou não. como diria o tal Caio Abreu: "vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz. se não tiver, a gente inventa." eu ajudo. fico feliz pela minha sorte.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011


essa é pra falar de saudade. a mesma aquela que mastiga um ponto do corpo - ou d'alma - e que a gente não se sente capaz de definir os onde's' ou como's'. essa é pro além-mar que já me levou e trouxe alguns bons - ou tantas bênçãos - que sou incapaz de numerar e na ausência de nomenclaturas meticulosas, decido por me abster de tais tentativas carnais. fico nesse hiato, sem traço, num espaço - quase vazio - onde o tempo se esvai e se contrai, numa fração de tempo em que o pecado seria desacelerar. mas não sou de todo ingrato, sou nostálgico do segundo passado. não sei lidar com idas e vindas. de fato, não sei lidar com a falta, ou pela distância ou pela assonância desses meus versos.