sábado, 24 de abril de 2010

rainbows

De fora, os sons de vidas distantes, de máquinas berrantes e da ausência de cores vibrantes invadem a janela nua do meu quarto onde deitados, aproveitamos o sóbrio prazer noturno da carne. O rádio, em contrapartida, responde à janela veemente e informa aos invasores que aqui é ninho do amor e não do caos. Os pés se tocam, cobertos... ou não. Me saboreio com a textura e então, busco apenas me deliciar com o momento. Ela não. Ela odeia. Evita meus dedos quentes e carinhosos. Só porque são pés. Acontece, caro leitor, que tanto ela quanto você precisam entender que eu estou totalmente imerso em amor. Da unha ao cabelo, da língua ao... extremo pedaço do dedo. E a paz que vem do sonho é fruto do cansaço que no entanto, não me pertence. Os corpos entrelaçados aguardam o instante de separar, de romper uma união quase simétrica, para então voltar a esperar um novo reencontro e repetir sem fim, um mundo só nosso e simples assim.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

folheamos revistas em busca de informações que coexistem em uma página naufragada na inexistência. enquanto isso, pelos seus olhos escuros, pérfidos e enfadonhos, escorriam os escombros líquidos que outrora, foram construções firmes de um coração aquentado e embriagado... de amor. cortes retos e intrínsecos que demarcam um momento de continuação linear rumo a um fim evidente. por que ser diferente? como sê-lo? o amor assiste alguém morrer. sem dó. quem o assistirá morrer se o amor não for capaz de ensinar a amar?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A l'arrêt d'un bus de nuit, Chet baker au volant
Une marche de sommeil et de rêve, titubant
A deux, seuls et silencieux sur le chemin de froid
Au milieu, tu as mon bras gauche, et moi j'ai ton droit.

Par une promenade de Seine où s'attardent sur un banc
Quatres yeux humides et lumineux
Dans un reflet le ciel, le tableau d'un instant
Et d'un coup ils ne sont plus que deux.

A l'arrière d'une voiture, on s'en tient au bonsoir
La maison dehors est grande mais bien moins chaleureuse
On se rapproche, se tortionne, se cogne et ne plus se voir
Que dans les baisers retenus où se heurte la peur honteuse.

A visiter Villennes comme des enfants et ses joues porcelaines
Ses bulles de verres vides cachées sous les paupières où à peine
On devine, un monde enfantin. Et, à jamais en suspens
Les plaisirs modifiés qui viennent en grandissant.

Un matin de réveil, la peau adoucit des caresses de la nuit
Les lames de lumières découpent le volet, et laissent
Entrer les bruits de dehors et l'autre vie de stress
Mais les corps se souviennent d'une veille et de nouveau envient.


por: Étienne di Bortoli